COPA DO MUNDO com Pitada Natural | Colonização e cozinha brasileira
Hoje tem jogo do Brasil e jogo de Portugal e, como ambos países possuem um passado juntos um tanto que conturbado, decidimos falar sobre cozinha e colonização. Aqui, a palavra "cozinha" vai ser empregada de duas maneiras diferentes: como sinônimo do lugar que se prepara o alimento, bem como a técnica de praparo dos alimentos, isto é, a culinária.
A cozinha brasileira e, de maneira geral, a arquitetura brasileira, acompanharam o desenvolvimento da sociedade. Isso significa que elas carregam consigo traços de um período longínquo, porém, presente: a colonização. Essa herança vergonhosa pode ser facilmente entendida quando vemos os desenhos das casas brasileira e entendemos que espaços diferentes são criados para a passagem de pessoas consideradas diferentes - das domésticas e das famílias. Nesse momento, a área de serviço, o elevador de serviço e até o corredor de serviço são revelados em contraposição ao espaço "íntimo" dos patrões. Um, é iluminado, bem estruturado e com janelas, outro, é mal-iluminado, mal afamado, sem janelas e desconfortável. Essa diferença arquitetônica se debruça na diferença social, ou seja, no status social dessas pessoas que se originam lá na casa grande do Brasil escravocrata.
No período de colonização portuguesa, as casas grandes possuíam "cozinhas claras" e "cozinhas escuras". As cozinhas claras eram reservadas para as sinhás prepararem a alta gastronomia; já as cozinhas escuras, manchadas pela fuligem do fogão a lenha, os escravos preparavam as comidas do dia a dia. Esse modelo pode ser visto até hoje em algumas casas, a divisão das cozinhas e de outros espaços são, na realidade, atualizações de uma lógica colonial.
A influência da colonização portuguesa na nossa cozinha enquanto técnica de preparo segue a mesma lógica das relações de poder vistas acima. Nossa culinária é configurada pela presença indígena, negra e branca. Porém, lá no descobrimento do Brasil ela já começou a ser moldada pelo fluxo de ingredientes trazidos pelas grandes navegações e que acabaram alterando todo nosso sistema alimentar, bem como a agricultura. Ademais, os europeus além de trazerem alimentos, também levaram alguns do continente americano, alterando sua origem. Por exemplo, a batata asteca passa a ser inglesa, o tomate e o milho, com suas imensas variedades, deixam de ser sementes indígenas.
A violência colonial, nesse sentido, ocorre duplamante: na introdução e imposição de novas espécies, produzindo novas dietas e hábitos alimentares, além da pilhagem e corrupção da origem dos alimentos tradicionais de todo o continente americano. Essa prática é extremamente violenta uma vez que a culinária representa a identidade de um povo, sendo a comida um patrimônio histórico imaterial. Retirando e corrompendo a identidade de um grupo, se torna mais fácil domesticá-los. Há, portanto, a necessidade da sociedade brasileira em recuperar técnicas e hábitos ancestrais, bem como alimentos nativos, para entender melhor a própria existência e realidade.
Sabendo de tudo isso, o que acham de uma imersão na culinária decolonial, incorporando aspectos indígenas e de matriz africana na cozinha? Afinal, nossa vida não pode se resumir a comer o que tem nas prateleiras do mercado. Comida é nossa memória e nossa história enquanto povo, então separamos aqui essas duas receitas cujos protagonistas são ingredientes nativos não europeus.
CARPACCIO DE JILÓ
O polêmico jiló tem origem lá no continente africano e foi trazido para cá por meio das pessoas escravizadas. Para essa receita super rápida fizemos uma misturinha de 3 temperos: Jamaicano, pra dar aquele frescor incrível, Sal com Limão Siciliano, sendo o único sal utilizado, dando um cítrico extra do siciliano, e Pimenta Caiena para finalizar com um toque de picância na medida certa!
COOKIES SALGADO DE ABACATE
O abacate é uma fruta mega versátil, podendo ser usado em receitas doces e salgadas. Ela é daqui do lado, do México e de algumas regiões da América do Sul. Esse snack tem como ingrediente especial a nossa granola salgada, fica maraaa.
PARA SUA COZINHA
Metade do ato de cozinhar são os alimentos e a outra metade é o Mise en place - palavra chic para falar "botar ordem na casa", no caso, na bancada da cozinha.
Cortar os alimentos e dividi-los numa ordem de cocção é imprescindível para preparar uma refeição com mais calma e até mesmo mais saborosa.
Então, sabendo que uma bancada organizada é um divisor de águas para aquela comidinha bem feita, saborosa e temperada na medida certa, a Pitada criou o Caixotinho Pitada Natural. Prático e lindo, essa belezinha confere toda uma estética para sua cozinha.
Deixar a cebola queimar procurando e escolhendo qual tempero usar nunca mais! Dá uma olhada:
CAIXOTINHO PITADA NATURAL
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