O DIA QUE A PITADA VISITOU A MAIOR FEIRA DE PRODUTOS NATURAIS DA AMÉRICA LATINA
Para quem não conhece, ocorreu entre os dias 14 a 17 de junho a Biofach, 17° feira internacional de produtos orgânicos e agroecologia, junto à Naturaltech, 17° feira de alimentação saudável, suplementos, produtos naturais e saúde, em São Paulo.
Claro que a Pitada não poderia ficar de fora! Toda a equipe foi até São Paulo para conhecer um pouco mais do segmento, as tendências, tecnologias, produtos e as pessoas que fazem parte desse universo que somos apaixonados.
Foi incrível ver como, cada vez mais, pessoas e empresas se importam com a alimentação saudável e com a sustentabilidade. Não havia limites quando o assunto era criatividade, tinha de tudo um pouco, refeições completas, snacks, sobremesas, bebidas quentes e geladas, com sabores deliciosos e muita diversidade para agradar todos os gostos. Provamos molhos magníficos que tiraram suspiros, até queijos de pequenos produtores que fizeram uma sinfonia no paladar. Isso só reitera que comer bem, de maneira equilibrada e saudável não é algo ruim, muito pelo contrário! O que precisamos agora é, antes de tudo, entender como funciona a alimentação saudável e como incorporá-la da melhor maneira possível à rotina.
Além disso, a Pitada foi focada em absorver o máximo de conteúdo possível para melhorar cada vez mais a experiência dos nossos clientes. E para quem achou que o dia foi só degustação, estava enganado. Cada grupo tinha uma missão, desde estudar a produção dos alimentos, até mapear novos fornecedores, em especial os orgânicos, mas também de novos ingredientes (👀 será que vem novidade por aí?).
Na feira, foi possível trocar experiência com outras marcas, tanto aquelas de grande porte, como marcas pequenas. Vimos que, assim como nós, outras empresas que nadam contra a corrente das grandes corporações de alimentos ultraprocessados possuem os mesmos desafios e deu até um certo acalanto.
Mas, como nem tudo são flores, vou expor alguns pontos que também chamaram nossa atenção.
De maneira geral, a concepções por trás dos conceitos de tecnologia e alimentação saudável que aquele ambiente estava nos informando era a de refeições reduzidas à barras de proteínas, suplementação, alimentos em pó e super funcionais, em uma visão reducionista da nutrição humana, onde a proteína é quase um Deus.
Todos os estandes haviam degustação dos produtos e claro que degustamos tudo que podíamos, um pouco para conhecer, mas grande parte para comprovar o sentimento que nosso produto é o melhor disparado. Apenas com as degustação das mini porções oferecidas, nós ingerimos tanta proteína que acabamos com prisão de ventre.
Nessas de ir degustando, a Paty, vegetariana assídua, provou coxinha de um estande com logo vegano. Ao provar, ficamos em choque com o sabor i-dên-ti-co ao de carne de tal modo que ela foi perguntar qual era a base do recheio, afinal, não parecia soja e nem jaca. Vocês imaginem a cara dela quando a mulher disse “frango”. Na barraca tinha o logo de produtos veganos, porém, não deixava claro que nem todos os produtos eram veganos, na realidade, a maioria não era. A partir desta triste cena, parto da afirmação: nem tudo é o que parece.
Dizer que algo é saudável, natural ou orgânico, não o transforma em algo verdadeiramente saudável. A redução da ideia de que ser saudável é ingerir certos tipos de nutrientes criou essa realidade paralela que presenciamos na Naturaltech. Isolar nutrientes como se eles fossem, individualmente, os responsáveis pelo bom funcionamento do corpo humano é um grande equívoco. Tanto porque eles não funcionam de maneira isolada, mas também pois afirmar a presença de certo nutriente em determinado alimento industrializado não garante que ele seja assimilado pelo corpo da forma que seria caso viesse de um alimento in natura. O nome dado a isso que acabei de descrever é "nutricionismo" e foi desenvolvido pelo pesquisador Gyorgy Scrinis como uma abordagem redutora e descontextualizada dos nutrientes e dos padrões alimentares, que ignoram contextos sociais e ambientais. De acordo com Scrinis, esse processo moldou a pesquisa científica, as diretrizes alimentares, o marketing da indústria alimentícia, sendo absorvido pela sociedade. Atualmente vivemos a era do “nutricionismo funcional”, ou seja, a venda de produtos com base nos seus supostos benefícios nutricionais.
E não para por aí. Ainda nem entramos no tópico das grandes empresas que se debruçam sobre o logo “alimentação saudável”, “cruelty free”, “plant based”, mas que por trás estão as grandes corporações ligadas ao agronegócio, ao desaparecimento das Feiras Livres e ao desincentivo à pequenos produtores.
Ser saudável não restringe-se apenas às proteínas, carboidratos, vitaminas e minerais ingeridos. De acordo com o Ministério da Saúde, uma alimentação saudável consiste em práticas alimentares que assumam a significação social e cultural dos alimentos como fundamento básico conceitual. Neste sentido é fundamental resgatar estas práticas, bem como estimular a produção e o consumo de alimentos saudáveis regionais (como legumes, verduras e frutas), sempre levando em consideração os aspectos comportamentais e afetivos relacionados às práticas alimentares.
Então PASMEM, mas não, você não será uma pessoa mais saudável se trocar suas refeições por barras proteicas, ou tomar suplementos em pó.
A Pitada defende que uma alimentação saudável equivale à ingestão de alimentos que contêm nutrientes necessários para o funcionamento do organismo, em quantidades suficientes, de maneira diversa e equilibrada, levando em conta a maneira que são combinados entre si e preparados. As dimensões culturais e sociais das práticas alimentares são aspectos centrais na saúde e bem-estar de cada indivíduo, além da sustentabilidade ambiental e social em sua produção.
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